Como é possível escapar de um vírus com a ajuda das palavras?'Enquanto a vida desabava feito dominó do outro lado das paredes, eu escrevia. Feito camaleão, tentava me adaptar e dar sentido às peças daquele quebra-cabeças chamado pandemia. Medo, saudade, ansiedade, esperança. Juntava letras que formavam frases que formavam rotas de fuga. Era preciso evitar que o ar contaminado e o fel da incúria alheia impregnassem a mente, desequilibrando-a a ponto de fazê-la cair sobre o papel, sangrando feito borrão de tinta.'